quinta-feira, 31 de março de 2011

O maldito pó branco...

Bom dia!  Estou limpa! Sou uma nova pessoa!
Tudo mudou desde que aquele maldito pó branco quase acabou com a minha vida. Ele foi tomando conta do meu corpo até conseguir destruir meus órgãos. Entrou sem pedir licença e tomou conta de mim. Já não conseguia mais comer direito, comecei a perder peso. Minhas roupas não serviam mais. Passava dias e noites com mal estar, enjoo, vômitos. Dormia o tempo que pudesse. O cansaço e a indisposição me inundavam. Os cabelos começaram a cair. Mas eu continuava a usar. Todos os dias. Ele fazia parte da minha vida. Acompanhava-me onde quer que eu fosse. Nas festas principalmente, ele estava lá. Do início ao fim, e eu não resistia, não o recusava. Chegava em casa e passava mal. As idas ao banheiro se tornaram constantes.
Comecei a definhar. O maldito pó branco foi me vencendo. As pessoas não me reconheciam mais. Todos achavam estranha a minha aparência. Sem cor, olhos fundos, pele e osso.
Algo que a princípio não parecia que ia fazer mal, pois, tudo é gostoso e prazeroso, e você não enxerga que algo de ruim pode te acontecer. Mas, aconteceu. Algumas pessoas o usam e não chegam onde cheguei. Eu cheguei ao fundo do poço! Não conseguia me livrar dele. Até no trabalho ele me acompanhava. Nos intervalos, ele estava lá. Em todos os lugares, lá estava ele. As pessoas me ofereciam, e eu, aceitava.
Não conseguia ver que ele era o culpado de tudo. Não queria mais sair, não tinha ânimo pra nada, tinha vergonha da minha aparência.
Até que chegou um momento em que eu precisei de ajuda. Minha família estava desesperada. A desnutrição me assolava e meus membros inferiores incharam. Pensei que fosse morrer. Fui obrigada a procurar alguns profissionais que não conseguiram me ajudar. Ninguém suspeitava que a culpa era do pó. Foi difícil até descobrirem...
Tomei vários remédios que não funcionaram. Mas, ele, eu não largava. No café da manhã, almoço e jantar, era presença garantida. Os remédios nunca adiantariam.
Até que um dia, encontrei um profissional experiente, e ele logo suspeitou da causa do meu infortúnio.
Depois de vários exames, ele constatou que um órgão já estava bem prejudicado. Por que eu não recorri a esse profissional antes? Ele ajudou a me salvar.
E aí, ele me deu o diagnóstico e disse: 
“Minha filha, de agora em diante, vá ser feliz, e nunca mais use farinha de trigo!”

E, após isso, minha vida mudou. Minha família está tranquila, eu não sofro mais, engordei 10kg, o noivo está feliz, nos intervalos do trabalho eu como bolo de fécula de batata, e nas festas, eu recuso os salgadinhos e o bolo. Não existe mais lasanha congelada na minha casa. Meu órgão destruído, o intestino, está recuperado e as idas ao banheiro estão normais. Hoje, eu não tomo mais remédio, descobri prazer em outras coisas, e os bolos, pizzas e biscoitos com outra farinha, são gostosos do mesmo jeito!
E há quase seis meses depois, estou limpa, nem um ‘tiquinho’ de glúten sequer!
Farinha de trigo, nunca mais!
E estou sendo feliz!

O pó branco!

4 comentários:

  1. Adoreiii!!!
    Parabéns!!!
    Numa crônica bem contada mostrou o problema de muita gente.

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  2. Que da hora!
    Também não posso mais comer gluten. Mas as outras farinhas tambem são muito boas.

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